Dicas – DiSEqC, Controle DiSEqC e Dispositivo DiSEqC

Por | setembro 30, 2010

DiSEqC
O termo DiSEqC é um acrônimo para a expressão em Inglês “Digital Satellite Equipment Control” (Controle de Equipamento Digital para Satélite). Trata-se de um protocolo especial de comunicação idealizado pela EUTELSAT(TM) cuja finalidade é o de permitir a comunicação de comando(s) entre um receptor (e transmissor) de satélite e dispositivo(s) a ele conectado(s) como são os casos de chaves e motores/atuadores.

Apesar de em seu nome existir a palavra “digital”, equipamento que satisfaça as premissas deste protocolo não precisa, obrigatoriamente, ser digital ou mesmo comandar um dispositivo digital.

Este protocolo está definido em 2 níveis primários (1.X e 2.X) e 3 variações secundárias (X.1, X.2 e X.3) correlacionando “Controle” e “Dispositivo”. No caso do Controle, indica como comandos de comunicação são feitos e aceitos – unidirecional ou bi-direcional e, no caso dos Dispositivos/variações secundárias, como as informações circulam por eles – também unidirecionalmente ou bi-direcionalmente. Basicamente temos o seguinte:

DiSEqC 1.0 – até 4 dispositivos sendo controlados, unidirecional, desde que não motor/atuador.
DiSEqC 1.1 – até 16 dispositivos sendo controlados, unidirecional, desde que não motor/atuador.
DiSEqC 1.2 – até 16 dispositivos sendo controlados, unidirecional, motor/atuador inclusive.
DiSEqC 2.0 – até 4 dispositivos sendo controlados, bi-direcional, desde que não motor/atuador.
DiSEqC 2.1 – até 16 dispositivos sendo controlados, bi-direcional, desde que não motor/atuador.
DiSEqC 2.2 – até 16 dispositivos sendo controlados, bi-direcional, motor/atuador inclusive.

O gráfico anexado exemplifica de modo visual a capacidade do protocolo; descrições mais detalhadas serão feitas posteriormente de modo à melhor compreender usos e aplicações.

O que se pode observar no gráfico é a cumulatividade de comando e cumprimento de funções à medida que se cresce o nível primário em “Controle” e dentro destes as variações em relação ao “Dispositivo”. Assim, tanto “Controle” como “Dispositivo” de maior nível cumpre os comandos cobertos pelos níveis imediatamente abaixo.

Controle DiSEqC
No nosso caso e aplicação, tem a ver com o receptor de satélite. Trata-se do nível de comando disponível naquele equipamento em particular e determina indiretamente até qual tipo de dispositivo DiSEqC (ch4v3 ou motor/atuador) ele poderá controlar e você dele fazer uso.

Opções possíveis em Receptores
DiSEqC 1.0 – Se este nível de controle estiver descrito na especificação do receptor, significa que ele apenas pode comandar dispositivos de nível 1.0, ou seja, chavear 4 dispositivos. Assim, se uma ch4v3 1.2 for comprada para instalar com um receptor 1.0, o receptor irá apenas executar comandos 1.0 e a parte 1.1 e 1.2 (lembre-se da cumulatividade) na ch4v3 não terá função alguma – comprou-se o que não pode ser utilizado pelo receptor. De igual modo, não existe no mercado (e não pode existir) uma ch4v3 DiSEqC 1.0 8X1 (8 saídas) já que o Controle DiSEqC 1.0 somente controla 4 saídas.

DiSEqC 1.1 – Tal qual descrito acima, o mesmo para dispositivos de nível 1.1 . Aqui cabe um exemplo típico para este nível de comandos: se algum dia você desejar sintonizar canais de 5 a 16 satélites, então este é o mínimo de controle que seu receptor terá de cumprir. Mais ainda, a ch4v3 1.1 terá de ser aquela mais próxima ao receptor; as outras até poderão ser de nível 1.0 se estiverem em cascata. De modo paralelo com o explicado anteriormente, esta é a razão pela qual é possível encontrar em uma só peça uma DiSEqC 1.1 16X1 (disponível pelas marcas Spaun-Alemanha, EMP-Centauri-Republica Checa e Johansson-Bélgica).

DiSEqC 1.2 – Tal como anteriormente descrito, o mesmo para dispositivos de nível 1.2 . Este é o mínimo nível de comando disponível em um receptor caso queira controlar uma antena do tipo rastreável, ainda que ela seja uma entre até 16 antenas de uma determinada instalação. De igual modo para dispositivos, se desejar comandar uma antena rastreável, então está é o nível da ch4v3 que deverá estar em linha com o motor da antena rastreável e também aquela mais próxima do receptor. Trocando em miúdo, se logo após o receptor você colocar uma ch4v3 1.2 e entre esta ch4v3 e o motor você incluir em cascata uma ch4v3 1.0 (ou 1.1), o comando para o motor não irá passar e a rastreável não funcionará. Em termos de opção de mercado e também como explicado anteriormente, esta é a razão pela qual é possível encontrar em uma só peça uma DiSEqC 1.2 16X1 (disponível pelas marcas Spaun-Alemanha, EMP-Centauri-Republica Checa e Johansson-Bélgica).

DiSEqC 2.0
DiSEqC 2.1
DiSEqC 2.2
Para os três casos acima, vale o mesmo que descrito para 1.0, 1.1 e 1.2. Contudo, lembrem-se de que nestes casos a comunicação poderá até ser bi-direcional. Aqui cabe uma explicação do porque da bi-direcionalidade na comunicação uma vez ela não ser exigida (pelo menos até hoje) no caso de nosso hobby. Uma razão é que o protocolo DiSEqC não é utilizado apenas pelos aparelhos de nosso hobby mas em muitas outras aplicações (VSAT, CATV e MMDS inclusive) e, nestes casos, muitas vezes é desejado receber uma confirmação da comutação (ex. troca de banda, nível de sinal, etc) ou até mesmo feedback da posição alcançada por um motor, rotor de antena direcional ou eixo. Assim, se a comunicação não for bi-direcional, o comando iniciado e enviado pelo receptor (2.0, 2.1 ou 2.2 dependendo do que se comanda) nunca poderá ser “terminado”.

Nota: Já estão aparecendo no mercado no mercado europeu, servo-atuadores DiSEqC 2.2 para antenas rastreáveis e que enviam sinal de feedback para o controle(receptor) e permitem micro-posicionamento e maior precisão da posição da antena. Este feedback é proporcionado por combinação de encoder rotativo digital e um microprocessador. Trata-se de uma tentativa de barateamento de alguns sistemas relativamente caros hoje sendo utilizados em telescópios pequenos e em sistemas de captação da luz solar para geração de eletricidade e que exigem acompanhamento do sol ou das estrelas em tempo real. Apesar de estar com preços ainda muito altos e estarem em processo de avaliação, se um dia realmente baratearem e passarem a ser utilizados regularmente por satentusiastas com rastreáveis, com certeza irá exigir receptores com Controle DiSEqC 2.2.

Dispositivo DiSEqC
A descrição foi deixada propositalmente aqui nesta seção, já que muito das razões e necessidades já tiveram de ser explicadas no parágrafo relativo ao tipo de Controle DiSEqC. Trocando em miúdos, significa dizer:

– Não existe razão para a compra de uma ch4v3 DiSEqC 1.2 se no receptor o Controle não é 1.2 e não há como comandar. Claro que por se tratar de comandos cumulativos, uma ch4v3 1.2 pode ser comprada para ser utilizada como 1.0 ou 1.1. O que nunca irá ocorrer é comprar uma ch4v3 2.0 e tentar usar a mesma para comandar uma rastreável, não irá funcionar; a exigência mínima no caso é a de uma ch4v3 1.2 ou 2.2.

Dicas Gerais
Para dispositivos, (chaves e motores/atuadores) siga sempre as seguintes dicas:

1- Não caia no blá, blá, blá de vendedor dizendo que esta ch4v3 é 2.0, 2.1 ou 2.2; compre aquilo que seu receptor consegue comandar. Se não tiver opção e tiver que adquirir uma “2.0”, lembre-se de considerar o X.1 ou X.2 de suas necessidades. No fundo, se tiver que comparar esta 2.0 com algo, compare a mesma com uma 1.0 que outra loja esteja oferecendo a um preço mais em conta. Lembre-se:- “uma 2.0 nada mais é do que uma 1.0 com comunicação bi-direcional e você não precisa de comunicação bi-direcional”.

2- Optem pelas chaves seladas ou aquelas que são apropriadas para uso externo e expostas ao tempo; o acúmulo e presença de umidade, ainda que montada no forro de sua casa longe da chuva direta, pode fazer com que ela venha a falhar com o tempo.

3- Se não for possível comprar uma selada, aplique silicone em todas as aberturas ou mesmo sele com uso de esmalte de unha. Cubra e sele bem os terminais não utilizados – use plástico com amarração por fita isolante apenas sobre os terminais. Nos terminais em uso, use sempre que possível conectores de compressão.

4- Não cubra ou feche ela totalmente com uso de plástico, pelo contrário, deixe em local fresco e com boa ventilação.

5- Boa procedência / fabricante de primeiro nível é muito importante, não apenas pelo fato de serem 100% inspecionadas como também pelo fato de utilizarem componentes de primeira e apresentarem baixíssimo aquecimento e perdas de inserção.

6- Ainda que o $$$ esteja curto, pelo menos entre o receptor e a primeira ch4v3 DiSEqC use cabo RG6 da melhor qualidade possível.

7- Compre sempre que o $$$ permitir, chaves com menor perda por inserção em dB. Na maioria das chaves este parâmetro vem escrito na plaqueta e está indicado como “Insertion Loss = X dB”. Lembre-se que aqui e em dB(decibéis), quanto menor, melhor”.

8- Sempre que possível, mantenha as chaves o mais próximo possível do receptor ou dentro de no máximo 7 metros (20 pés).

9- Monitore o aquecimento da ch4v3. Muitas das chaves “baratas” / “qualidade duvidosa” tendem a aquecer demasiadamente e falhar no chaveamento sob esta condição. Se isto ocorrer e você não possuir alternativa na hora para a substituição, desligue o receptor e deixe esfriar o circuito. Após resfriar, ligue e execute a manobra.

10- O mesmo procedimento acima para esfriar a ch4v3 é válido quando houver dúvida do funcionamento de uma ch4v3 quando uma delas está presente no circuito. Se há comutação logo quando se liga o receptor mas o chaveamento falha continuamente após certo tempo de operação, providencie imediatamente uma nova ch4v3 para testar. Somente após eliminar esta dúvida é que se pode começar a “desconfiar” de uma falha de LNB ou mesmo receptor. Opcionalmente e até encontrar substituta, elimine a ch4v3 usando uma emenda de cabos.

11- No caso de atuadores DiSEqC para antenas rastreáveis, inspecione regularmente, limpe e lubrifique. Sempre que o $$$ permitir compre atuadores do tipo Heavy Duty (serviço pesado) e com opcional do sanfonado de proteção sobre o varão de acionamento.

(*)(Material extraído em parte da Wikipedia; para consulta, ver http://en.wikepedia.org/wiki/DiSEqC , infelizmente em Inglês.)

Informações adicionais que foram questionadas e mesmo algumas outras dicas que acredito auxiliam mais ainda a compreensão.

Questão sobre “Comunicação Unidirecional”

Resposta- A comunicação unidirecional típica dos níveis de comando 1.X se dá sempre no sentido do Dispositivo -> Controle. No nosso caso, ela irá ocorrer no sentido LNB -> Receptor e em outras aplicações como é o caso da CATV, da Câmera -> Receptor. Por extensão, comunicação bi-direcional (DiSEqC 2.X) ocorrerá nas condições “para o receptor” e “do receptor”.

Questão da DiSEqC 1.3 e 2.3 mostrada na Wikipedia e não comentada
Resposta – No artigo Wiki, explica-se que existem fabricantes e vendedores criando estas por assim dizer “novas nomenclaturas DiSEqC” para indicar que além do protocolo DiSeqC 1.2 ou 2.2, aquele seu produto também possui controle/comando USALS. Na verdade, não existem estas opções; elas não fazem parte do protocolo DiSEqC conforme autorização EUTELSAT.
Para os quem não sabem, nosso GD também atende USALS e em nenhum local dele, do manual ou na embalagem existe menção de tratar-se de receptor DiSEqC 1.3 e sim acertadamente DiSEqC 1.2.

USALS é também um outro protocolo idealizado pela empresa italiana STAB (ela própria uma fabricante de motores de posicionamento) cuja finalidade é a de controlar o motor nas operações de posicionamento em antenas rastreáveis. Trata-se de um protocolo muito mais poderoso e versátil que o DiSEqC 1.2, principalmente para nossas aplicações em posicionamento de antenas. Se algum entusiasta se interessar em antenas rastreáveis, ao adquirirem equipamentos envolvidos – receptor, motor ou atuador, optem por aquele(s) que se utilize(m) o USALS.

Questão de Como funciona a ch4v3 DiSEqC?
Resposta- O assunto é extenso mas, para nosso conhecimento básico como entusiastas basta saber que:
1- Todas as portas da ch4v3 são ou estão sempre energizadas.
2- O que faz o sinal passar por esta ou aquela “porta” é um pulsar de um tom(freqüência) específico emitido pelo Controle (receptor) conforme valores e condições definidas no protocolo.

Para os são da área da Eletrônica, quiserem conhecer o assunto mais profundamente e dominam o inglês, baixe a especificação diretamente da EUTELSAT. Veja http://www.eutelsat.com/satellites/pdf/ … s_spec.pdf

Isolação das Portas
Conforme explicado acima, as portas (terminais) são continuamente energizadas tão logo é ligado o receptor. Isolar porque tudo que se encontra energizado deve ser isolado quando não em uso, ainda que seja baixa a tensão em Volts.

Questão prática

Como prática geral e independente do receptor utilizado, recomendaria desligar o receptor na ch4v3 traseira e não apenas no CR sempre que não estivesse em uso. Como visto, muitas das péças continuam energizadas e como leigos em eletrônica, muitas vezes não sabemos se apenas desligado no CR também se encontra desligado a parte do circuito relativo a saída do LNB.

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