Uma Parabólica Livre de Problemas

Por | março 8, 2014

A maioria das pessoas acredita que a instalação de uma antena parabólica é a solução para todos os problemas de recepção. O técnico que instala estas antenas também oferece seus serviços prometendo uma recepção livre de fantasmas e chuviscos. No entanto, na prática podem ocorrer problemas e aquilo que se esperava ser a solução ideal para um sistema de recepção torna-se um pesadelo. Alguns pequenos detalhes que os instaladores (e os que compram os sistemas) esquecem podem comprometer tudo aquilo que o sistema visa. Veja neste artigo como fazer com que a instalação da parabólica seja a solução para seus problemas e não uma nova fonte de problemas.

Obstáculos para os sinais, evitando que eles cheguem até nossas antenas comuns ou refletindo-os e provocando fantasmas consistem no maior pesadelo para os instaladores de antenas comuns.

O uso de uma antena parabólica num sistema de TV via satélite que possa receber o sinal sem obstáculos é a solução ideal para os problemas de fantasmas, sinais fracos ou chuviscos.

Em princípio, uma vez que o sinal chegue forte à antena, sem obstáculos e que exista uma instalação razoável que leve o sinal dessa antena ao receptor, não há porque temer que algo dê errado.

Na prática, entretanto, não é isso que ocorre: uma instalação simples como a da figura 1 que aparentemente não dá problemas, se incorretamente feita pode resultar em surpresas desagradáveis. Alguns técnicos não muito preparados podem facilmente cair em armadilhas numa instalação como este e em outras um pouco mais complexas conforme veremos a seguir.

Cuidado com os cabos!

Em princípio a maioria dos instaladores apenas se preocupa com o comprimento máximo que os cabos podem ter pois sabe que os sinais enfraquecem a medida que se propagam por eles.

Assim, para as instalações comuns, sem maiores recursos de amplificação do sinal, o comprimento máximo recomendado para os fios está em torno de 50 metros.

Evidentemente, este comprimento pode até ser maior se for usado um cabo de melhor qualidade que não apresente uma atenuação tão grande.

art0364_02 Uma Parabólica Livre de Problemas

O que ocorre é que o sinal que sai do LNB com boa intensidade, o suficiente para excitar o receptor, à medida que se propaga pelo cabo enfraquece. Chega o instante em que este sinal não pode mais excitar os circuitos do receptor, ou seja, cai a um nível inferior à sensibilidade de entrada do receptor e aí os problemas acontecem.

Um exemplo pode ser dado pela seguinte tabela que leva em conta um receptor com sensibilidade de 8 dB.

Sinal de entrada = 11 dB / Qualidade de Imagem = Imagem com excelente qualidade (comparada aos sistema à cabo)

Sinal de entrada = 10 dB / Qualidade de Imagem = Excelente – semelhante à fornecida por um videocassete)

Sinal de entrada = 9 dB / Qualidade de Imagem = Boa – com chuvisco notado apenas nas cores saturadas

Sinal de entrada = 8 dB / Qualidade de Imagem = Aceitável – algum chuvisco

Sinal de entrada = 7 dB / Qualidade de Imagem = Regular – alguma quantidade de chuvisco

Sinal de entrada = 6 dB / Qualidade de Imagem = Ruim – nível de chuviscos elevado

Sinal de entrada = 5 dB / Qualidade de Imagem = Péssima – muito chuvisco com ruído de áudio

Conhecendo o nível do sinal de saída do LNB, as perdas por metro do cabo usado, pode-se chegar ao nível de sinal que encontramos na entrada do receptor.

Evidentemente, a especificação da sensibilidade de entrada do receptor é muito importante neste caso.

Tudo seria muito simples se a atenuação de um cabo fosse constante, independendo de qualquer fator adicional que não seja seu comprimento.

Na prática não é isso que ocorre.

art0364_03 Uma Parabólica Livre de Problemas

Na parte central temos o condutor do sinal propriamente dito, e em sua volta uma capa de material isolante que deve ser da melhor qualidade possível. A uniformidade das características do material é importante para garantir a impedância e a menor atenuação.

A seguir, temos uma malha de condutores trançados que serve de blindagem. Esta malha deve cobrir totalmente o condutor de modo a evitar que sinais externos alcancem o condutor interno (servindo como blindagem) e garantir que a impedância se mantenha constante.

Na prática, pequenas irregularidades nas características do material, deformações causadas por tração, curvas ou ainda pela penetração de umidade afetam o cabo e sua capacidade de conduzir os sinais além de sua impedância.

Os bons condutores possuem características garantidas pelos fabricantes dentro das condições normais de uso e podem ser usados sem problemas nos sistemas via satélite.

No entanto, a frequência dos sinais entre 950 e 1450 MHz os torna muito sensíveis a qualquer tipo de problema que possa ocorrer.

Podem então ocorrer os seguintes problemas com os sinais no percurso do LNB até o receptor e que afetam a qualidade de imagem:

Comprimento maior do que o admitido.

Se o cabo for muito longo, a atenuação do sinal pode ser tal que ele não excita o receptor afetando assim a qualidade de imagem da maneira que vimos. Uma solução para este problema consiste no emprego de amplificadores de linha. Estes amplificadores, conforme mostra a figura 4, são ligados na saída do LNB onde a intensidade do sinal ainda é grande de modo a amplificá-los ainda mais.

art0364_04 Uma Parabólica Livre de Problemas

Desta forma, com uma amplificação suplementar os sinais podem percorrer uma distância maior nos casos antes que sua intensidade caia a níveis que possam afetar a qualidade da recepção.

Veja que não adianta ligar o amplificador junto ao televisor ou depois do ponto em que a intensidade do sinal já é pequena. Se isso for feito, a intensidade de sinal neste ponto estará próxima a do ruído e ambos serão amplificados da mesma forma. Teremos então uma recepção com ruído reforçado o que não resulta em uma imagem boa, mas sim com chuviscos mais proeminentes.

Os amplificadores de linha também serão necessários nos casos em que temos de alimentar diversos televisores.

* Conectores

Outro ponto da instalação em que podem ocorrer problemas com os sinais são os conectores. Se estes conectores forem de má qualidade ou estiverem incorretamente colocados nos cabos podem ocorrer reflexões ou atenuações do sinal.

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As reflexões que podem ocorrer nestes pontos não só reduzem a intensidade do sinal com uma atenuação adicional como também podem causar fantasmas, ou seja, “sombras” na imagem.

Conectores de má qualidade não permitem a transferência total da saída do LNB para o cabo e do cabo para a entrada do receptor.

Devem ser usados componentes de qualidade para que os problemas não ocorram. Veja que, se somarmos pequenas perdas que podem ocorrer em cada ponto da instalação da antena, a soma das perdas pode ser suficientemente grande para comprometer a qualidade da recepção. Por este motivo, o técnico instalador deve estar atento a cada detalhe, sempre escolhendo os melhores componentes e tomando cuidado com cada conexão ou com a passagem dos cabos, conforme veremos mais adiante.

* Curvas

Os cabos coaxiais são flexíveis e por isso, em princípio, podem fazer curvas passando pelos locais mais difíceis até chegar ao receptor.

No entanto, as curvas devem ser feitas de modo cuidadoso, segundo as especificações do fabricante. O que ocorre é que uma curva deforma o material isolador do cabo e a própria posição da malha de blindagem, afetando assim, mesmo que de modo pequeno, as características do cabo.

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As curvas devem ser sempre suaves para que não ocorram fortes atenuações do sinal. Se um cabo que poderia levar, sem problemas um sinal a um receptor situado a 50 metros de distância for dobrado várias vezes ao passar por dutos, o efeito final pode impedir que o sinal se torne útil a mais de 20 metros.

Isso significa que no planejamento de uma instalação de antena parabólica o técnico deve estar atento para o número de curvas que o cabo vai fazer e cuidar para que elas sejam as mais abertas possíveis.

Um planejamento cuidadoso pode evitar problemas que se resumem num sinal fraco que resulta numa imagem sem contraste, com chuviscos e até problemas no som.

Em suma, é muito melhor para a qualidade da imagem fazer a passagem do cabo diretamente por um teto do que tentar passar de modo esteticamente melhor por muitos dutos fazendo curvas que podem afetar a qualidade do sinal.

* Passagem por dutos úmidos

Em princípio, a capa isoladora dos cabos usados na TV via satélite é suficientemente boa para bloquear umidade e mesmo ser pouco afetada por variações bruscas de temperatura.

No entanto, isso é verdade apenas à curto prazo. Se considerarmos um cabo que todos os dias aqueça e contraia com as variações da temperatura que ocorrem entre o dia e a noite, ou ainda com as variações de umidade que ocorrem entre os dias secos e os dias chuvosos e ainda a passagem por dutos úmidos, as características elétricas não podem ser dadas como constantes.

De fato, com o tempo, o cabo pode ter suas características degradadas com forte influência na qualidade do sinal que passa cada vez mais a sofrer atenuações maiores.

Evidentemente, se uma instalação ao ser feita tem características próximas dos limites exigidos para se obter uma boa qualidade de imagem, uma pequena degradação que seja é suficiente para afetar de modo visível a recepção.

Assim, deve-se tanto tomar cuidado com a umidade e o calos dos locais em que o cabo vai passar como dar uma margem de segurança à intensidade de sinal que chega ao receptor de modo a compensar futuras degradações.

A escolha de cabos de boa qualidade mais uma vez é um fator importante para se evitar que estes problemas ocorram rapidamente.

Um bom cabo tem uma vida útil maior garantida por seu fabricante e isso deve ser levado em conta numa instalação.

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Pelas rachaduras penetra a umidade que altera a constante dielétrica do material e consequentemente suas características elétricas.

A experiência vai mostrar ao leitor instalador de antenas quais são os melhores cabos pela simples observação de antenas já instaladas quando da sua manutenção.

A troca de cabos é uma solução que deve ser analisada quando o técnico for chamado a prestar assistência na casa de alguém que tenham um sistema que já não tem a mesma qualidade de antes.

CONCLUSÃO

Os problemas com as instalações de antenas parabólicas em grande parte se concentram nos cabos e conectores, conforme vimos. Isso significa que o instalador que souber como solucionar os problemas de atenuação, curvas de cabos, conectores, e localização dos elementos do sistema terá uma grande chance de ter êxito com o seu trabalho.

Procure conhecer os melhores cabos existentes no mercado e dê preferência a eles. Uma pequena diferença no custo pode significar também a diferença entre ter um cliente satisfeito ou não. Lembre-se que um cliente não satisfeito pode significar uma propaganda negativa para seu negócio com a perda de outros clientes e o total fracasso no seu negócio.

Espero que tenham gostado. Abraços.

Fonte: Instituto NCB

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